08/11/2024 às 13:25:54 | Por: Upperpr
www.ops.com.br (Divulgação)
A alimentação natural para pets tem conquistado cada vez mais tutores adeptos. Em 2014, a Universidade de Pomona, na Califórnia, avaliou o hemograma de 21 cães que se alimentavam habitualmente de ração seca e passaram a receber alimentação natural cozida. Com a mudança de dieta, ao coletar o sangue quatro vezes no decorrer de um ano, os cientistas perceberam uma melhora em parâmetros do hemograma que se relacionavam com a imunidade e a oxigenação. Com a nova dieta, os cães também apresentaram níveis mais elevados de globulinas, leucócitos, hemácias e hemoglobina.
De acordo com Gabriela Corte Real, veterinária de ‘A Quinta’, foodtech de alimentação natural para pets, embora as rações sejam balanceadas para atender às necessidades básicas dos pets, elas podem não oferecer a mesma diversidade de ingredientes que uma dieta natural variada. “A ração oferece uma fórmula estática pelo fato de os ingredientes serem geralmente os mesmos, o que chamamos de monodieta. Além disso, contém uma variedade de antioxidantes usados para evitar os riscos de oxidação ou hidrólise de gorduras e óleos. A legislação permite o uso desses produtos em quantidades seguras, porém, se forem usados em quantidades altas podem provocar riscos para a saúde do animal”, frisa.
A superdosagem de carboidratos de algumas rações também é preocupante, segundo a veterinária, por contribuir para a obesidade e, indiretamente, para o surgimento da diabetes, problemas articulares e doenças cardíacas. Outro fator de risco, explica a especialista, é a presença de ingredientes de menor qualidade, como farinhas de carne de baixa procedência e quantidades consideráveis de milho e soja - ingredientes utilizados comumente para reduzir o custo das rações.
“O tutor não tem certeza das proporções de nutrientes colocadas na ração. Cabe a ele confiar no fornecedor. Existem marcas confiáveis, outras nem tanto. Se a busca for por preço, o cuidado deve ser redobrado. Mesmo em relação ao que podemos enxergar, há fatores de risco: corantes artificiais, por exemplo, são adicionados para tornar a ração mais atrativa, mas não trazem benefícios nutricionais para os pets e podem, em alguns casos, causar reações alérgicas”, esclarece.
Benefícios e como iniciar a transição
Mesmo com a conveniência das rações, defensores da nutrição natural para pets destacam ser a qualidade dos ingredientes presente em alimentos naturais geralmente superior à das rações comerciais. “Lê-se natural as dietas sem eventuais aditivos e que apenas tenham sido submetidas a um processamento (congelamento e pasteurização) para torná-las aptas para produção petfood e a manutenção de todos os nutrientes essenciais. Aqui, não incluo alimentos crus”, destaca a veterinária.
Entre os benefícios da incorporação de ingredientes naturais na dieta pet estão:
A veterinária explica que, um dos tabus em torno da transição dos industrializados para os naturais, é o preço. “É possível a incorporação de 200g de iogurte natural, 3 gotas de própolis sem álcool e meia cenoura na ração seca. Isso significa que é possível trocar o investimento nos industrializados por ingredientes mais saudáveis”, afirma.
“Pequenas incrementações na dieta já são capazes de mudar um quadro de déficit nutricional, inclusive auxiliar em problemas de saúde que podem ser consequência disso, como alguns problemas de pele ou da flora intestinal”, completa Gabriela que faz parte do projeto ‘Maria’, de ‘A Quinta’, uma assistente virtual gratuita criada para orientar tutores na inserção de ingredientes naturais na dieta de cães.
A especialista ainda esclarece um receio de alguns tutores de não conseguir manter a rotina de oferecer a alimentação natural, principalmente durante viagens e férias. “Nestes casos, a ração comercial pode ser oferecida como uma solução temporária”, pontua.
O passo a passo para a transição
“Um erro comum ao adotar a alimentação natural é tentar replicar dietas humanas ou copiar dietas de outros pets, sem levar em conta que as necessidades nutricionais dos pets são muito diferentes”, destaca Gabriela.
A primeira e mais importante etapa para a transição da dieta industrializada para a natural é consultar um veterinário ou um zootecnista especializado que possa formular uma dieta e calcular as porções exatas do alimento, levando em consideração fatores como idade, raça, peso, nível de atividade física, condições de saúde e até preferências alimentares.
Comece a fazer a transição de maneira gradual. Inicie substituindo uma pequena parte da ração comercial pela alimentação natural (10-20% da refeição) e vá aumentando essa proporção ao longo de 7 a 14 dias. Isso evita desconfortos gastrointestinais, como diarreia ou vômitos, e permite que o sistema digestivo do pet se ajuste à nova dieta. A veterinária indica adicionar os ingredientes naturais à ração seca, ao invés da úmida, pela maior facilidade em controlar as porções de alimentos naturais adicionados.
A recomendação é primar pela rotatividade dos ingredientes, considerando na dieta uma variedade de fontes de proteínas, vegetais e frutas para garantir ao pet uma gama de nutrientes ao longo do tempo. “É um cenário diferente com relação à monodieta que as rações geralmente oferecem”, ressalta.
E quando seguir uma dieta 100% natural? De acordo com a veterinária de ‘A Quinta’, o momento ideal para introduzir uma dieta 100% natural depende de vários fatores: “se, após um período de 1 a 2 semanas, o pet estiver reagindo bem aos novos alimentos, com energia, fezes normais e sem sinais de desconforto, a dieta com os ingredientes naturais pode seguir de forma integral”, detalha.
Mais informações em A Quinta e @meajuda_maria
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