25/09/2024 às 09:44:58 | Por: Daniela Garbez
Xenofonte de Atenas (c. 430-354 a.C.) foi historiador, militar e filósofo. Admirador ardoroso de Sócrates, era conhecido por seu espírito aventureiro, e aos 29 anos deixou Atenas para lutar contra o rei da Pérsia. Apesar de ter escrito sobre Sócrates, a (Grupo Editorial Edipro )
Sócrates, filósofo considerado um dos fundadores da filosofia ocidental, não deixou nenhuma obra escrita registrada em seu nome. Sabe-se que naquela época havia dificuldade em guardar materiais e acredita-se que ele preferia passar o vasto conhecimento de forma oral. Assim, confiou aquilo que sabia aos seus discípulos. Coube a eles, então, transmitirem por escrito o legado do ateniense.
Um dos pupilos do filósofo grego foi Xenofonte, amigo desde a adolescência. Em Ditos e Feitos Memoráveis de Sócrates, que ganha nova edição pelo Grupo Editorial Edipro com tradução e notas de Edson Bini, o historiador apresenta a essência do pensamento socrático em uma obra que oferece um retrato biográfico da figura que moldou o pensamento ético e moral.
Com uma abordagem prática e centrada na moralidade cotidiana, Xenofonte discute a busca incessante pela verdade. Ele descreve a personalidade complexa de Sócrates, captura o cerne dos ensinamentos do filósofo e explora questões de virtude, justiça e a verdadeira natureza da sabedoria.
O autor também explicita sua versão das ideias do filósofo sobre felicidade, amizade, forma de alimentação, bens materiais, riqueza e outros temas. Dividida em quatro volumes, a obra comenta, ainda, o julgamento de Sócrates (acusado e condenado por “corromper a juventude”) e traz análises dos discursos proferidos pelo professor.
Seguindo uma linha semelhante de raciocínio, Sócrates mostraria quão inaproveitável é uma reputação de riqueza, de coragem ou de força quando é imerecida. [...] “Aquele que te convence a emprestar-lhe dinheiro ou bens, e então [não os devolve,] conservando-os para si, é certamente um velhaco, mas o maior de todos os velhacos é aquele que induziu seu Estado a crer que ele está apto a dirigi-lo.”
(Ditos e Feitos Memoráveis de Sócrates, p.56)
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