08/11/2024 às 15:04:07 | Por: Comuniquese
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Pela primeira vez no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a ópera Rusalka, de Antonín Dvořák, com Coro e Orquestra Sinfônica da casa, estreia no dia 14 de novembro (quinta), com récitas também nos dias 16/11(sábado) e 22/11(sexta), às 19h e 24/11(domingo), às 17h. Haverá ainda em 13/11, às 14h, o Projeto Escola Arte Educação Petrobras. A montagem é uma coprodução com o Auditório de Tenerife, na Espanha, país onde esteve em cartaz em março deste ano e agora, chega ao Municipal. A concepção e direção cênica é de André Heller-Lopes e a direção musical e regência ficam a cargo de Luiz Fernando Malheiro. Com o Patrocínio Oficial Petrobras, Rusalka contará com um elenco convidado de peso como Ludmila Bauerfeldt e Paolla Soneghetti, Giovanni Tristacci, Eliane Coelho e Tati Helene, Licio Bruno e Murilo Neves, Denise de Freitas e Fernanda Schleder, alternando-se nos principais papéis. Os ingressos podem ser adquiridos através do site www.theatromunicipal.rj.gov.br ou na bilheteria do Theatro, a partir do dia 5 de novembro, às 14h.
“Trazer a ópera Rusalka ao palco do Municipal nos enche de alegria. A montagem conta com coprodução com o Auditório de Tenerife e patrocínio oficial da Petrobras, o que nos garante espetáculos ainda mais grandiosos e memoráveis. Esperamos que nosso público lote a casa, como é de costume, e saia encantado com a apresentação do Coro e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. Não percam! – ressalta a Presidente da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Clara Paulino.
“Rusalka chega com elencos repletos de estrelas da lírica nacional, além de debuts em nossa temporada oficial. Conta ainda com alguns dos melhores artistas da casa! O Coro e a OSTM estão sob a regência do maestro Luiz Fernando Malheiro, que retorna ao nosso palco, após o grande sucesso de La Traviata. Realmente, é imperdível essa linda produção!" – destaca o Diretor Artístico da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Eric Herrero.
“Encenar Rusalka em pleno 2024 é como tentar encontrar uma “abertura”, uma passagem mística que reconecta nosso mundo duro e muitas vezes cruel com uma certa esperança mágica das lendas. Um clássico com um desvio inesperado, um sabor especial” – afirma o diretor cênico, André Heller-Lopes.
© Auditorio de Tenerife (Espanha) / foto de Miguel Barreto
PRIMEIRO ATO
No meio do bosque, de noite, três ninfas brincam e dançam na borda do lago com o Senhor das Águas. A ninfa Rusalka, que sofre por amor de um jovem que vem sempre ali para nadar, pede a ele conforto para sua melancolia. O Senhor tenta, de qualquer forma, dissuadi-la desse amor impossível, mas Rusalka está decidida a assumir feições humanas a qualquer custo. Visto a inutilidade de qualquer objeção, o Senhor lhe indica a choupana da bruxa, a única em condições de ajudá-la. Antes de fazer a transformação em mulher, Rusalka pede à lua que a sua decisão não afaste o afeto do Senhor, seu pai. A bruxa Jezibaba aceita em fazer a transformação mas lhe adverte que não será indolor: quando ela for um ser humano ficará completamente muda! E não é só: se ela tivesse que regressar do mundo dos homens, Rusalka seria amaldiçoada e condenada a matar o seu amado. Rusalka está disposta a tudo e a bruxa lhe dá a poção mágica. Ao amanhecer, precedido por uma canção de um caçador, acontece o desejado encontro. O jovem nadador, que é o Príncipe, chega e se apaixona à primeira vista pela bela silenciosa e a conduz consigo ao castelo para desposá-la.
SEGUNDO ATO
Enquanto no castelo se prepara o casamento de Rusalka e o Príncipe, o Guarda-caça e o Ajudante de cozinha comentam os últimos acontecimentos. A estranha noiva preocupa os habitantes e já se diz que o príncipe se interessou pela bela Princesa que acabou de chegar com os hóspedes. Interesse que faz sentido pois a beleza enigmática de Rusalka já empalideceu quando confrontada com a humaníssima paixão da princesa, que demonstra estar decidida a arrancá-lo da rival muda. Ao olhar paterno do Senhor das Águas não foge a infeliz situação de Rusalka que procura nele, ainda, conforto da amarga desilusão que aparece como sendo inevitável. Enquanto os dois jovens vão ao jardim confessar seus sentimentos, ocasionando uma indignada reação do Senhor, que ameaça o príncipe pela sua traição, a orgulhosa e despeitada Princesa abandona o Príncipe desmaiado, frente ao seu obscuro destino.
TERCEIRO ATO
Ao cair da noite a pálida Rusalka volta ao lago do bosque, desesperada, para pedir nova ajuda a Jezibaba. O sangue do Príncipe poderia resgatar a maldição, mas Rusalka prefere aceitar a solidão e recusa a faca que a bruxa lhe oferece. Não apenas Rusalka desaparece entre as ondas que chegam o Guarda-caça e o Ajudante. Também eles querem ajuda da bruxa para tirar o feitiço que atingiu seu o patrão doente de amor, mas fogem aterrorizados frente ao Senhor, que amaldiçoando o gênero humano, jura vingança. As ninfas voltam a brincar com o Senhor mas ele está preocupado com Rusalka que foi expulsa da água pelas irmãs. O Príncipe volta ao lago onde encontrou a bela ninfa cuja alma, agora perdida para sempre, o acusa, docemente, pela sua traição. O Príncipe implora seu perdão e pede que ela lhe dê a paz, que não encontrou mais depois que ela o mandou embora.. Ela o avisa que seu beijo, agora, é mortal, mas o Príncipe não pede mais do que morrer entre os seus braços para, assim, não se separar mais dela. Ela o beija, ele morre e Rusalka volta para as profundezas das águas. O amargo comentário do Senhor das Águas, a este trágico epílogo, está contido na sua pergunta, sem resposta: qual o sentido do sacrifício doloroso da sua filha?
(Por Bruno Furlanetto)
(foto: Divulgação)
Sobre Luiz Fernando Malheiro
É um dos principais nomes da ópera no Brasil com mais de 60 títulos regidos. É Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Amazonas Filarmônica e do Festival Amazonas de Ópera. Foi diretor artístico do Teatro São Pedro de São Paulo e diretor de Ópera no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Regeu as principais orquestras brasileiras e também no Festival de Ópera de La Coruña, Sinfônica de Miami, Sinfônica de Bari, Filarmônica Marchigiana, Ópera Nacional de Sófia, Sinfônica de Porto Rico, Teatro de Bellas Artes do México, entre outros. É o único brasileiro a ter regido integralmente O Anel do Nibelungo de Wagner.
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