06/09/2023 às 10:03:37 | Por: Abres
Entenda a nova geração de colaboradores no mercado de trabalho (FreePik)
Ao longo das últimas décadas, o mercado de trabalho tem passado por significativas transformações, impulsionadas pela evolução digital, mudanças culturais e sociais. Esses movimentos também trouxeram consigo uma nova geração de colaboradores, com características e perspectivas distintas das anteriores. Por isso, decidi explorar as principais alterações no perfil dos jovens e as características marcantes em suas personalidades.
Flexibilidade e mobilidade
Uma das principais novidades é a busca por maior flexibilidade e mobilidade no ambiente corporativo. Esse público valoriza a possibilidade de conciliar a vida profissional com a pessoal, optando por horários mais abertos e a capacidade de atuar remotamente. Essa tendência é impulsionada pela disseminação da tecnologia, permitindo a conexão contínua e facilitando a realização de tarefas a partir de qualquer local. No modelo a distância, as companhias obtêm um leque maior de opções para encontrar o candidato ideal e habitantes de cidades pequenas ganham a chance de estagiar em grandes centros. Nesse caso, é interessante proporcionar um auxílio home office ou equipamentos de qualidade para o indivíduo otimizar seu rendimento, demonstrar seu potencial, evoluir cada dia mais e entregar bons resultados.
Propósito e impacto social
Ao contrário dos mais experientes, para quem o trabalho era muitas vezes apenas uma fonte de sustento, a nova geração busca um senso de propósito na carreira. Eles valorizam empresas preocupadas com causas sociais e ambientais, buscando contribuir para um mundo melhor por meio do seu suor de cada dia. Isso reflete uma crescente consciência sobre questões globais e a necessidade de encontrar significado na jornada laboral. Logo, trata-se de um aspecto interessante para os executivos, pois agregam esse conhecimento e vontade em seu negócio.
Aprendizado contínuo e desenvolvimento pessoal
Com a rápida evolução do aprendizado e a transformação constante das indústrias, os novos integrantes compreendem a importância do lifelong learning para se manterem relevantes. Eles buscam oportunidades de desenvolvimento, seja por meio de cursos, workshops, mentorias ou vivências práticas, visando aprimorar suas habilidades e competências. Por isso, respirar o cotidiano de uma organização faz a diferença para os futuros líderes, pois constroem uma bagagem maior e entendem como funciona a engrenagem de uma entidade.
Inovação e criatividade
Essa parcela da população traz consigo uma mentalidade empreendedora, valorizando a inovação e a criatividade. Eles estão dispostos a questionar o status quo, buscar soluções não convencionais e propor novas ideias para impulsionar o crescimento do local onde atuam. Essa abordagem dinâmica e proativa é fundamental em um ambiente cada vez mais competitivo e voltado para a constante mudança. Isso acontece, pelos conteúdos atuais absorvidos em sala de aula, afinal, a lei 11.788/2008 exige matrícula em uma instituição de nível superior, profissional, médio, de educação especial, ou nos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos - EJA. Quem faz pós-graduação, MBA, mestrado e doutorado também têm essa possibilidade. Para isso acontecer, basta constar no projeto pedagógico.
Valorização do ambiente de trabalho
O ambiente desempenha um papel crucial na atração e retenção dos principais candidatos. Eles valorizam uma cultura organizacional inclusiva, diversa e com espaços para o desenvolvimento da interação em equipe. A hierarquia rígida é substituída por estruturas mais horizontais para facilitar a comunicação e a troca de pensamentos entre os membros do time. Nesse sentido, é fundamental tratar todos igualmente, proporcionar bons benefícios aos estudantes e promover a construção de laços entre os colegas.
Uso intensivo da tecnologia
Os novos integrantes cresceram imersos no universo digital e, por isso, tem uma familiaridade natural com as ferramentas tecnológicas. Essa afinidade permite uma adaptação mais simples a novas plataformas e aplicativos, se tornando um ativo valioso para quem busca agilidade e adequação em relação às tendências do mercado.
Logo, as contratantes com capacidade de entender e abraçar as alterações na sociedade estão mais propensas a atrair talentos promissores e comandar negócios mais suscetíveis a bons resultados.
Como transformar os mais jovens em grandes líderes?
A Geração Z (nascidos após 2001) é frequentemente descrita como imediatista, impaciente, mimada e com falta de ambição. Conforme esse grupo ocupa cada vez mais postos nas companhias, as discussões sobre seu perfil têm se intensificado. Diante das particularidades, é essencial destacar os motivos para prepará-los com o intuito de formar os gestores das próximas décadas.
Esse público é conhecido por seu não conformismo e sua forte noção de direitos. Atualmente, eles constituem parte significativa das companhias e, de acordo com o portal Business Insider, até 2025, representarão 27% dos trabalhadores. No entanto, apesar de ser rotulada de diferentes formas e considerada uma geração desafiadora, também apresenta grande potencial. Suas características distintas dos mais velhos, como a necessidade de feedback constante e busca por propósito em suas atividades, fazem a diferença.
No entanto, um dos maiores empecilhos é sua falta de interesse em chegar ao topo da pirâmide hierárquica. Suas prioridades concentram-se na facilidade e eles não têm uma lealdade completa com os empreendimentos nos quais possuem vínculo. Se não estiverem satisfeitos com alguns aspectos, vão embora sem muito sofrimento. Diante desse cenário, surge a questão: como prepará-los para serem líderes?
Compreender e atender às suas necessidades, os incentiva a desenvolver suas habilidades de liderança e será determinante para garantir a contribuição significativa para o crescimento da instituição. O investimento em programas de treinamento e capacitação, adaptados ao perfil e às aspirações dos jovens, pode ser a chave para cultivar a próxima geração de comandantes talentosos e comprometidos.
Prepará-los para serem influentes e motivados requer uma abordagem diferente. Rotações de cargos e projetos desafiadores podem ajudá-los a adquirir skills gerenciais. A afinidade no engajamento com princípios de sustentabilidade e responsabilidade social pode ser aproveitada para conquistá-los e, consequentemente, elevar o patamar da corporação. Adaptar-se com horários flexíveis, formatos híbridos ou remotos, projetos multifuncionais e uma comunicação aberta e transparente ajuda a reter esses indivíduos.
Portanto, abra as portas do seu negócio para essa juventude motivada, ávida por mostrar seu potencial e contribuir para o desenvolvimento. Dessa forma, além de fortalecer sua equipe, você estará colaborando com a economia e a educação do Brasil. Essa luta é de todos nós. Conte com a Abres!
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Associação Brasileira de Estágios - Abres
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